Peixes, Netuno e Maria: caminhos de fé

Netuno é o regente moderno de Peixes: como seria se Maria pudesse saltar para fora do imaginário religioso e viver uma outra história? E se isso a deixasse mais bela e mais doce ainda? E se isso não fosse visto como pecado, mas sim como nobreza? E se não fosse visto como uma afronta, mas sim como renovação de fé? É desse nível de modernidade que Netuno trata.

Maria é um espelho de fé. Seu caminho é o caminho de todos e ao mesmo tempo de ninguém. Os fiéis de Maria seguem os caminhos que ela reflete e Maria segue intacta.

Seria possível Maria abdicar de sua própria imagem para seguir seu caminho? Seria possível seguir seu caminho e ao mesmo tempo permanecer em seu papel religioso?

Para Netuno sim.

Dolcissima Maria é uma música para Maria, não sobre Maria. É uma carta direta; não menos bela do que uma oração. Uma das mais bonitas que eu já escutei:

Doce Maria,

esqueça as flores pintadas pelo tempo, sobre o seu rosto

Os anos se passaram, e você sentada a esperar um longo, longo caminho

E não encontrou nenhum

Não olhe para trás

E o dia chegará vestido com poesia Te falará de sonhos que não se lembrava

E te abençoará, Docíssima Maria

Doce Maria, dos olhos limpos Dos olhos molhados, é hora de ir

E logo você vai sentir o perfume da manhã E o rouxinol cantará, voando perto de ti

Não olhe para trás

E se você quiser alguém vestido com poesia Te cobrirá de amor, sem te pedir mais

E te acariciará Docíssima Maria

Amar Maria a ponto de cobri-la de amor sem pedir mais nada. Sem pedir que sacrifique seu próprio caminho. Esse é o mundo netuniano. Impossível?

Nada é impossível do 3:05 ao 3:33 dessa música :)

Composição de Flavio Franco / Franco Mussida / Mauro Pagani

Interpretação de Renato Russo