Júpiter: um velho amigo

O título parece saturnino, mas se a gente olhar bem de perto vai enxergar a serena sabedoria de Júpiter. Essa que trata o tempo como aliado, como um velho amigo parceiro de aventuras. A fé jupiteriana é sobre as companhias da caminhada; são elas que transformam o mundo no melhor lugar que existe.

Júpiter é o melhor lugar que existe. As vezes pode soar arrogância, mas é apenas simplicidade. Não há vontade de abandonar um mundo tão maravilhoso e amado como o de Júpiter. O segredo é vivê-lo. "Minha voz é vento". Falar sobre esse mundo incrível é quase banalizá-lo. "Faz teu caminho de bem e se alembra que o mundo mais lindo só tem em pedra pequenina." As maravilhas de Júpiter são exclusivamente para quem vive de dentro, de perto, junto, subindo, descendo e movendo as montanhas, quando necessário.

Do ponto de vista de Júpiter, a Terra é um planeta em miniatura; pequenino. O mais lindo de todos. Inteiro, em todas as suas camadas. Júpiter enxerga a criação em todos os seus níveis de complexidade e perfeição; em todas as suas infinitas cores, nuances, sons, sotaques. E sabe que, mesmo sabendo de tudo isso, nada sabe. Afinal, as possibilidades de mesclagens existentes nesse mundo adorável são infinitas.

Não há então outra conclusão possível: que dádiva é viver em um mundo desse tipo aqui.

Eu nem sei de nada, não Minha voz é vento E eu sussurro tempo Pra você olhar

Quanto de doer Tanto de calar Procê se aprumar

Eu quase vi nada, não Eu senti por dentro Mas o pensamento Não dá pra trancar

Tanto de perder Quanto de sangrar Procê caminhar

Panha essas folha, se banha, se benze Pede pras alma, agradece três Ave-Maria Faz teu caminho de bem e se alembra Que o mundo mais lindo só tem em pedra pequenina

Composição: Douglas Germano