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Capricórnio e Aquário: a sensibilidade de Saturno em um poema

  • Foto do escritor: saturno
    saturno
  • 16 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de nov. de 2024

Saturno é o último planeta visto a olho nu aqui da Terra e, portanto, é em si mesmo um limite. É o próprio limite. Urano, Netuno e Plutão transcendem, atualizam, reformulam, modernizam, ressignificam limites? Sim. Mas o limite, ah o limite continua sendo Saturno.


Conheci "Poema" em um momento de retorno a limites básicos, simples. Saturno rege Capricórnio e Aquário, seus opostos são Câncer e Leão, respectivamente. Adultos e crianças. Crescer dói, me parece inevitável. Mas dói menos quando a gente se dá conta que não precisamos abandonar a criança que fomos para nos tornarmos adultos. Adultos não são pessoas novas; são as mesmas. Saturno também sente medo, mas não tem a quem recorrer; precisa cuidar de si mesmo. Sua força vem do passado, da infância, de afetos recebidos que perduram através do tempo.


O caminho "que é escuro e frio, mas também iluminado pela beleza do que aconteceu há minutos atrás." O eixo casa 4 (Câncer/Lua) / casa 10 (Capricórnio/Saturno): as memórias são luzes que iluminam o trajeto e o deixam menos árduo e mais aconchegante.


A sensibilidade saturnina não é à flor da pele; é da pele pra dentro. É contornada. Quando exposta, é um poema.


Poema


Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo Eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com seu carinho E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança Do tempo que eu era criança E o medo era motivo de choro Desculpa pra um abraço ou um consolo


Hoje eu acordei com medo, mas não chorei Nem reclamei abrigo Do escuro eu via um infinito sem presente Passado ou futuro

Senti um abraço forte, já não era medo Era uma coisa sua que ficou em mim

Que não tem fim


De repente a gente vê que perdeu Ou está perdendo alguma coisa Morna e ingênua Que vai ficando no caminho

Que é escuro e frio, mas também bonito Porque é iluminado Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás


Letra do Cazuza, musicada por Frejat, interpretada por Ney Matogrosso



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